quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Quando as Tribos se encontram: Tupi Lampert e Por Fi Gá


Relatório sobre a saída de Campo na Tribo Caingangue – Tribo Tupi Lampert
No Dia 29 de abril de 2019, fomos a nossa segunda saída de campo pelo projeto Tribos em Cenas, fomos a tribo Caingangue Por Fi Ga na cidade de São Leopoldo.
Chegando na tribo, vimos que era próximo a um quilombo e quando andamos um pouco mais à frente tinha uma feira de artesanatos feitos pelos nativos da tribo, Arcos, Flechas, Zarabatanas, Anéis, Pulseiras.
Também trabalham com agricultura e produzem seus alimentos. Eles têm um estilo de vida diferente de todas as culturas do mundo, eles fazem danças, rituais, e até tem sua própria escola, alfabeto caingangue. Durante a palestra a escola Miguel Lampert foi presenteada com o livro Relatos e Retratos: Quando As Tribos Se Encontram. A obra tem como autores: Demétrio Alves, Jeane Kich, Maria Inês Pacheco e Vitoria Freire.
O Cacique Josué Kanhero deu uma palestra bastante interessante sobre a cultura e tradição da Por Fi Ga que significa em português, “índio do mato”. O cacique ainda relatou como era antigamente sem os avanços tecnológicos. Ele falou que a tecnologia chegou até eles não que eles foram atrás da tecnologia.
Os nativos constroem suas próprias casas e tem suas próprias leis, como por exemplo uma quando há uma briga entre eles, os envolvidos têm que se desculpar, caso isso não ocorra, eles vão para uma prisão por alguns dias para refletir sobre o que fizeram.
Depois nossa tribo Tupi Lampert fez uma trilha, que o cacique nos mostrou uma nascente, onde recebemos uma espécie de batismo indígena, uma benção pelo “deus da Agua”. Lá tinha muitas coisas intrigantes que chamaram nossa atenção como: alguns lixos espalhados na natureza, como geladeiras, plásticos e etc., o que infelizmente percebemos que a cultura do “homem branco” foi absorvida até demais pelos legítimos herdeiros de nossas terras e que ainda usam sua língua nativa para se comunicar entre eles.
As casas, que não eram as tradicionais ocas com estruturas precárias, parecidas com a estrutura de uma comunidade carente e esquecida pelo governo dos “homens brancos”.
Andando um pouco mais na trilha tinha dois caminhos direita e esquerda, Direita era outro lugar diferente, a esquerda voltava para a vila em um atalho, no caminho sempre falando sobre a importância de preservar o meio ambiente para o futuro do país e de todas as tribos.
Outro fato interessante constatado é o uso de costumes de seus ancestrais, comidas típicas, danças locais e artesanatos típicos. Eles possuem sua própria crença, acreditam em Deus e no poder da natureza e ainda contam com a presença de uma comunidade evangélica dentro da tribo.
O encontro de tribos foi muito proveitoso, tivemos uma tarde diferente causada pelo choque cultural e pela oportunidade de compartilhamos das tradições de um povo historicamente importante para o nosso Estado e que deve ser tratado com maior importância quando quisermos pensar na preservação do meio ambiente. Saímos dessa experiência com noção de que todos nós devemos ser um pouco indígenas com relação ao trato com nosso Meio ambiente.

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