Relatório Escola Estadual de Ensino Fundamental Coronel
Vicente Freire –
Rio Limpo/Gravataí
Esse
relatório falará sobre o passeio que tivemos no dia 4 de junho através do
Projeto Tribos em Cena e o Projeto Rio Limpo, ambos apoiados em algum momento
pela Petrobras. As Tribos em Cena é um projeto fruto de uma construção coletiva
da Parceiros Voluntários de Canoas e Esteio com alunos, professores e a tribo
Kaingang Por Fi Ga.
O
Projeto Rio Limpo é um projeto que tem como objetivo reduzir o índice de
poluição do Rio Gravataí. O Rio Gravataí é o quinto mais poluído do Brasil,
conforme o IBGE, fato que se deve em grande parte ao esgoto doméstico.
A
cerca de um mês atrás tivemos a primeira saída de campo, onde visitamos a tribo
Por Fi Ga, em São Leopoldo, que também faz parte do projeto Tribos em
Cena.Agora falarei sobre o passeio, o que aprendemos nele, falarei sobre o Rio
Gravataí e como funciona o Projeto Rio Limpo.
No
dia 4 de junho tivemos um passeio de barco no Rio Gravataí, com o Projeto Rio
Limpo. Em torno das 8:30 o ônibus nos buscou na escola para nos levar até
Gravataí, onde estava o barco nos aguardando e que quase tinha ficado encalhado
como foi relatado pelo responsável do Projeto Rio Limpo quando chegamos.
No caminho para Gravataí paramos para pegar
outra escola no bairro Guajuviras em Canoas que também faz parte do Projeto
Tribos em Cena.No ônibus observei que por onde estávamos indo tinha muita terra,
barro, e a maioria das ruas não eram asfaltadas. Vários lugares por onde
passamos no caminho estavam em obras.
Após cerca de 45 minutos de
viagem chegamos no Rio Gravataí, onde o barco estava parado. Chegando lá vimos
que além de nós e a escola que veio com nós no ônibus tinha mais uma ou duas
escolas e junto com eles, os professores, tinha também bombeiros e algumas
pessoas dos Projetos Tribos em Cena e Rio Limpo.Para entrar no barco passamos
por uma “ponte” de madeira, pois o barco não poderia chegar tão perto, porque
ali é muito raso.Logo que entramos no barco o representante do projeto Rio
Limpo se apresentou para a gente e falou sobre as regras que deveríamos seguir
ali dentro do barco e em seguida distribuíram coletes salva-vidas para
cada um de nós.
Nos
falaram que o motor do barco seria ligado e que era para tomarmos cuidado com
nossos pertences, principalmente o telefone celular para que não caísse no rio,
uma vez que não teria como recuperar. Quando o motor do barco foi ligado, o
representante do Projeto Rio Limpo nos explicou algumas coisas e foi possível
tirar algumas dúvidas que surgiram, como a questão da profundidade do rio.Ele
nos contou também que o Rio Gravataí e sua bacia hidrográfica abrange os
municípios de Santo Antônio da Patrulha, Glorinha, Gravataí, Alvorada,
Cachoeirinha, Viamão, Canoas e Porto Alegre. Ele disse também que as cidades
que mais “despejam” lixo no rio Gravataí são Porto Alegre e Canoas.
Foi
explicado também sobre a Associação de Preservação a Natureza – Vale do Gravataí
que é uma ONG de cunho ecológico responsável pelo Projeto Rio Limpo. É uma das
ONGs com maior atuação no Rio Grande do Sul e tem procurado atender à demanda
das problemáticas ambientais da região. Foi dito que mais para cima do rio, uma
parte onde não fomos, tinha jacarés, capivaras, etc. É proibida a caça
predatória no Rio Gravataí, pois é uma Área de Preservação Ambiental. O Projeto
Rio Limpo já proporcionou 70 viagens de barco no Rio Gravataí apenas esse ano.
Depois dessas breves
explicações tivemos um tempo para conversar “discutir” sobre os assuntos
falados. Nesse tempo observamos a vegetação, árvores de diferentes tamanhos e
algumas flores que vimos também. Logo em seguida há uma intersecção e nos
disseram que ali estavam o canal antigo e o canal novo do rio (rio velho e rio
novo), e que essa parte nova do rio foi uma construção humana que acabou
com a “prisão” da água que rapidamente se perde.
Depois
de cerca de 25 minutos chegamos perto do Quilombo da Anastácia, onde moram
apenas oito quilombolas que sofrem com ataques constantes a suas terras de
grandes fazendeiros que cercam as terras e disputam o acesso as fontes de
águas. “Anastácia foi uma mulher forte e guerreira que ajudava os pescadores a
desviarem seus pequenos barcos quando passavam pela região”. No Quilombo moram
seus bisnetos e tataranetos e há problemas que envolvem também a venda destas
terras para terceiros que não poderiam ocupar essa região.Falaram que um dia o
pessoal do Projeto Rio Limpo marcou com os quilombolas para eles passarem um
dia no Quilombo, saber como é a vida deles, a rotina, e um pouco sobre a
história de Anastácia, do Quilombo, para depois contarem para as pessoas no
barco-escola.
O
Quilombo, junto com toda a vegetação da região e o Rio Gravataí é uma Área de
Preservação Ambiental. Na parte que passamos do rio não vimos nem um pouco de
lixo, mas nos disseram que na parte mais alta do rio tinha bastante lixo e os
resíduos e esgoto que vem em sua maior parte de Canoas e Porto Alegre.O
objetivo do Projeto Rio Limpo é reduzir os índices de poluição do Rio Gravataí
e após o apoio da Petrobras eles tem conseguindo se manter a partir de
parcerias como a firmada com os Parceiros Voluntários com objetivo de espalhar
o conhecimento em relação ao meio ambiente.
Depois
das explicações sobre o Quilombo da Anastácia fizemos a meia volta para
voltarmos ao nosso ponto de partida. Durante as explicações o motor do barco
era desligado assim sendo íamos a uma velocidade menor. Era para termos parado
em um outro lugar, mas no dia anterior esse parada foi cancelada. Na volta,
quando ainda estávamos no barco, apareceu o Sol, pois antes estava nublado e
também muito frio. Eles comentaram que no dia anterior no passeio que houve
acabou tendo chuva e que hoje demos sorte de somente ter frio. Em seguida nos
deram lanche e tivemos mais tempo para escutar e anotar as informações que eram
repassadas, como a extrema segurança do barco que foi feito e desmontado no
Nordeste do Brasil e trazido para o Rio Grande do Sul onde foi montado
novamente e que o mesmo tinha custado um valor de 500 mil reais.
Após
cerca de 50 minutos de viagem, no total, voltamos ao ponto de partida. Nos falaram
para aguardar até prenderem bem o barco, e que era para tirarmos o colete
salva-vidas quando eles pedissem. Ao sair do barco recebemos uma cartilha que
fala sobre o projeto Rio Limpo e entramos no ônibus para voltar a escola
parando antes no bairro Guajuviras para largar a outra escola que nos
acompanhou no transporte. Achamos o passeio legal e aprendemos várias coisas
com ele, somente passamos bastante frio, pois o Sol demorou muito a aparecer.
Texto produzido pelos alunos
Lucas Pilati do Nascimento e Victor Magalhães Motta
da turma 81 da escola.