quarta-feira, 20 de maio de 2015

Apresentação do projeto "Tribos em Cena: desenvolvimento sustentável"



O Projeto TRIBOS EM CENA: desenvolvimento sustentável com atitude é fruto de uma construção coletiva da Parceiros Voluntários de Canoas e Esteio com alunos, professores e a Tribo Kaingang Por Fi Nguá. Trata-se de uma proposta de intervenção social que contribui para o desenvolvimento sustentável de Canoas, Esteio e Região, a partir do apoio à formação social, ambiental e cultural de crianças, adolescentes e jovens estudantes de escolas públicas e de jovens índios, por meio de encontros destas diferentes culturas, de conhecimentos das belezas ambientais, bem como dos espaços de degradação, recebendo capacitações para o desenvolvimento do raciocínio crítico da realidade socioambiental, possibilitando que se reconheçam como protagonistas da sociedade que idealizam.

A proponente da Iniciativa é a CICS – Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas, sendo o Projeto executado pelo seu setor de responsabilidade social, a Parceiros Voluntários de Canoas. Os participantes do projeto são oriundos da Tecnologia Social Tribos nas Trilhas da Cidadania, ação que é desenvolvida pela ONG Parceiros Voluntários junto às escolas, desde 2004, que visa desenvolver o protagonismo juvenil de crianças, adolescentes e jovens, tendo como trilhas a cultura, meio ambiente e a educação para a paz.

Quando os professores e alunos foram convidados a pensar nas propostas em suas escolas e na possibilidade de um novo projeto, alegaram a dificuldade de promover uma cultura de mudanças frente a responsabilidade socioambiental, uma vez que os alunos se envolvem nas ações sociais e ambientais dentro das escolas, mas fora delas, mudam suas posturas, descartando lixo nas ruas ou em outros ambientes incorretos, não fazendo a reciclagem de materiais, comprando e descartando produtos a sem a reflexão do impacto na natureza para a produção, jogam lixo nos rios, utilizam energias como se elas nunca acabassem, preferem uma máquina descartável que consome energia à uma atividade física ou brinquedo durável etc. Essas atitudes, segundo os professores, contribuem para o grave problema socioambiental que as duas cidades vem enfrentando, sobretudo com a questão do descarte incorreto de tanto material substituído e simplesmente deixado em lotes vagos ou esquinas que são carregados pelas enchentes após serem infestados de bactérias e demais pragas urbanas que desequilibram o ecossistema.

Existe, portanto, a necessidade de uma sensibilização maior entre as crianças e adolescentes no sentido de entenderem e visualizarem a essência do problema, para posteriormente, mobilizarem, de forma coletiva, familiares, amigos e vizinhos, para que adotem posturas de desenvolvimentos socioambientais continuadas como etilos de vida para que todos possam ter um planeta saudável, com uma comunidade saudável, garantido qualidade na vida de todos, assegurando a existência digna desta e das futuras gerações. 

Nessa perspectiva, surge o projeto TRIBOS EM CENA, como uma alternativa de ir além dos muros escolares, abrindo seus horizontes e permitindo que os alunos vivenciem os problemas socioambientais no seu cerne e se mobilizem para a ação concreta enfrentando, de acordo com seus potenciais, limites e grau de mobilização para a resolução, os reais problemas sociais e ambientais de Canoas e Esteio.

Esta proposta nasceu quando uma das escolas participantes da Ação Tribos apresentou a proposta de trabalhar com a Tribo Kangang já conhecida pela mesma, em conjunto com outras escolas de forma sistemática e continuada, haja vista que após uma visita, obteve excelentes resultados com seus alunos. Tendo esta Rede de Escolas que já se encontrava junto às Unidades da Parceiros Voluntários que se sediam junto à ACISE-Esteio e CICS- Canoas, aceitado a proposta,decidiram, então, formular o presente Projeto  em que  os alunos participantes do projeto terão a oportunidade de resgatar a sua história, confrontar crenças e conhecimentos, passando a respeitar os ideais do primeiro povo que habitou o Brasil e que luta para se manter vivo, que cultiva a terra e dela tira seu alimento, se utiliza da água, mas cuida de suas nascentes, pois sabe que dela depende a sua sobrevivência.

Além da vivência e aprendizado junto aos índios sobre seus costumes e formas de sociedade, também aprenderão sobre seus artesanatos, linguagem, alimentação, danças, lendas e histórias. Também na primeira etapa, conhecerão nascentes e rios, com espaços em degradação, farão o passeio no Barco Martim Pescador e conhecerão cooperativas de reciclagem.
Em um segundo momento, criarão seus blogs como espaço de expressão, acompanhados pelos professores em sala de aula e pela equipe do projeto que promoverá os “Encontros de Cidadania” durante toda a iniciativa. Também participarão de oficinas de sabão e brinquedos ecológicos e oficinas de cinema que culminarão com a criação de curta metragens sobre a temática socioambiental, que serão apresentados no festival de encerramento do projeto.

Adolescentes e jovens Kaingang também poderão participar das oficinas e terão a oportunidade de criar um documentário da tribo, resgatando e apresentando sua história que não possui nenhum registro documental até o momento. Também será editado um livro para a Tribo. Assim, delimitou-se que o público participante da proposta será de 450 alunos de escolas públicas, sendo 10 de Canoas e 5 de Esteio e também os 210 índios da Tribo Kaingang.

Outro diferencial do projeto é que não se trata de uma proposta fechada, uma vez que, os alunos serão estimulados a pensarem ações de acordo com a problemática socioambiental que vivenciam. Como resultado, espera-se que sejam realizadas, pelo menos, 46 ações, bem como uma ação coletiva das escolas em prol da tribo. Como os alunos participarão por 2 anos da iniciativa, almeja-se a formação de multiplicadores que, de fato sejam potenciais transformadores da realidade socioambiental de sua comunidade.

Assim, nossas TRIBOS poderão entrar em CENA, percebendo que podem ser atores e autores de suas histórias, tornando-se agentes pró-ativos, acreditando que podem ser partes das soluções e não dos problemas, criando, de fato, um mundo melhor para todos.




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